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sábado, 3 de maio de 2008

FÍSICA E QUÍMICA


Magnetismo e eletricidade
Entenda como foram descobertos os fenômenos de atração entre dois corpos!

Mas Quando aproximamos um ímã de um prego comum, notamos uma atração entre os dois. Quando passamos um pente nos cabelos, depois de eles estarem secos, podemos também ver que, se o pente for logo em seguida aproximado de pedacinhos de papel, estes serão atraídos. Na verdade, você não precisa sequer passar o pente nos cabelos. Basta esfregá-lo com uma folha de papel e em seguida fazer o teste.

Desde a Antigüidade, esses fenômenos de atração entre corpos eram conhecidos. Um mineral encontrado na natureza, a magnetita, exibia o poder de atrair pedaços de ferro, como o fazem os ímãs. Outra coisa também observada há muito tempo era que o âmbar -- uma resina vegetal seca e dura como pedra -- podia atrair pedaços de palha, depois de ser esfregado um pouco.

Esses fatos eram, até a época de Tales, um filósofo grego que viveu no século 6 a.C., encarados como mágicos. Tales atribuía ao âmbar e à magnetita uma espécie de poder vital, algo como uma alma. Esse poder mágico permaneceu envolto em mistério por quase dois mil anos, até que um médico inglês, William Gilbert (1544-1603), começou pesquisas sistemáticas sobre o assunto.

Hoje, sabemos que eletricidade e magnetismo têm a mesma origem: cargas elétricas estáticas geram um campo elétrico e cargas elétricas em movimento, um campo magnético. Mas, no tempo de Gilbert, os cientistas não conheciam átomos, elétrons, correntes elétricas etc. Assim, a primeira tarefa que Gilbert se propôs foi examinar a atração gerada tanto pelo âmbar friccionado como pelos ímãs e entender as diferenças entre ambas.

Gilbert era o médico da rainha Elizabete I da Inglaterra e não estava nada satisfeito com as explicações que eram dadas nem para os fenômenos elétricos nem para os magnéticos. Ele criticava os filósofos da época, afirmando que se escondiam atrás de palavras obscuras e discursos em grego ou latim que nada acrescentavam ao conhecimento. Dizia, ainda mais, que os autores dos livros, muitas vezes, apenas repetiam o que tinha sido falado por filósofos anteriores, sem verificar experimentalmente os fatos.

O versorium de Gilbert

Gilbert começou seus estudos com a construção de uma espécie de bússola, que chamou de eletroscópio – versorium. Com ela, pesquisou as atrações dos corpos carregados eletricamente. Seu versorium era uma espécie de flecha metálica bem leve, que podia girar livremente sobre uma ponta também metálica.

Na época em que Gilbert começou a trabalhar, acreditava-se que apenas objetos feitos de âmbar ou de azeviche (uma espécie de carvão) fossem capazes de ser eletrizados por fricção e, assim, atrair pequenos corpos. Mas acontece que, quando friccionados, os objetos esquentavam, e aí vinha a dúvida: será que era o calor que gerava a força de atração? Usando seu eletroscópio, ele conseguiu mostrar que não era o calor o responsável pelo aparecimento da força. Para isso, ele primeiro atritou um pedaço de âmbar, viu que o mesmo ficava quente e era capaz de atrair a ponta do versorium. Em seguida, ele aqueceu outro pedaço de âmbar numa chama, mas sem friccioná-lo. Quando o aproximou do versorium, não notou atração alguma.

Usando seu aparelho recém-inventado, Gilbert mostrou que muitas outras substâncias -- como laca, berílio, opala, safira etc. -- podiam ser carregadas eletricamente.

Ele ainda mostrou que, quando aproximava objetos eletrizados do ponteiro do versorium, ele girava, ao passo que a magnetita (que era seu ímã) era capaz apenas de atrair alguns tipos de materiais. Você poderá constatar a veracidade do que dizia Gilbert, realizando alguns experimentos. Não se esqueça de que Gilbert criticava os filósofos que não realizavam os experimentos e repetiam tudo que estava nos livros passivamente.


Gilbert e o magnetismo

Como dissemos, na antiga Grécia já era conhecido o fato de que a magnetita podia atrair pedaços de ferro. Mesmo os termos magnetismo e magnetita têm origem um tanto obscura. Ao que parece que estão ligados à região de Magnésia, lugar da Grécia onde, pela primeira vez, suas propriedades foram descobertas.

Uma outra propriedade de uma barra de magnetita era de orientar-se na direção Norte-Sul. A descoberta desse fato parece pertencer aos chineses, que usavam barras de magnetita, como as bússolas modernas, para a navegação. Como isso é importante para o comércio, seu estudo tinha grande importância econômica.

A Terrela construída por Gilbert


Gilbert achava que uma explicação para esse movimento da agulha de magnetita era que o planeta Terra devia ser um grande ímã. Para tentar comprovar sua teoria, construiu uma esfera usando magnetita. Ele a chamou de Terrela, isto é, a pequena Terra. Com sua Terrela, pôde verificar que, quando colocava uma pequena bússola sobre ela, a bússola se orientava numa certa direção, aproximadamente como o fazem as bússolas colocadas em qualquer lugar na Terra: mostram a direção Norte-Sul.

Esse procedimento de "mapear" a Terrela com auxílio de uma bússola, para saber em que direção estava apontando a força magnética, foi bastante importante para a construção do conceito de campo magnético. Se marcarmos todas as direções apontadas pela bússola em diferentes partes da Terrela, obteremos uma representação do campo magnético da Terrela.

Mas Gilbert também se interessava pelo estudo do campo magnético produzido por ímãs de outras formas. Por exemplo, ímãs em forma de barra. Ao lado está a figura que ele obteve a partir desse estudo.

Veja que, até agora, estamos falando de instrumentos parecidos com bússolas, ponteiros que giram em um plano. Gilbert queria conhecer mais sobre o campo magnético terrestre e se perguntou qual sua orientação espacial. Para isso, construiu uma bússola em três dimensões, ou seja, uma cujo ponteiro pode indicar qualquer posição no espaço. Quando colocada num certo lugar da Terra, ela vai apontar se o campo magnético naquele ponto está dirigido mais para cima, mais para baixo ou se, efetivamente, é horizontal. Tais bússolas são chamadas bússolas de declinação. Veja nas figuras abaixo dois desses tipos de bússolas.

A Terrela construída por Gilbert


A figura da esquerda é do próprio Gilbert. A outra é mais moderna, usada em laboratórios didáticos de física. Hoje em dia, esses instrumentos estão superados como guias para orientação. Todo barco -- e, na verdade, qualquer pessoa que se aventure em lugares desconhecidos -- pode usar o moderno sistema de GPS, no qual satélites medem qual é a posição exata da pessoa na superfície da Terra. Mas isso é só agora. Desde os chineses, há quase mil anos, até muito recentemente, a bússola foi o principal meio de os homens se orientarem sobre a Terra, com grande impacto sobre a história, as descobertas e a economia mundiais.

O Sistema de Posicionamento Global (cuja sigla, GPS, vem do inglês, Global Positioning System) é formado atualmente por um conjunto de 24 satélites. Com um aparelho especial, o navegador pode se comunicar com o sistema, que então emite um sinal que informa qual é a posição do aparelho. A precisão atual dessa rede de satélites de informação é dez metros. A idéia teve origem em um projeto militar norte-americano, em 1970.

Este texto foi originalmente publicado no volume 12 da
coleção Ciência Hoje na Escola, sobre Eletricidade.



REVISTA CHC 189 :: ABRIL DE 2008


A força do som
Descubra neste experimento se as ondas sonoras são capazes de mover objetos!

(ilustração: Marcelo Pacheco)


O que é, o que é? Não podem ser vistas, mas podem ser ouvidas. Não podemos cheirá-las, mas podemos senti-las. Adivinhou? São as ondas sonoras!

Você já deve ter visto, em um desenho animado, uma cantora de ópera quebrando uma taça de vidro com sua voz aguda (isso se a taça for bem fina e voz da cantora, muito alta!). Também pode ter observado uma caixa de som vibrando conforme a música. É verdade que não podemos ver o som, já que, normalmente, ele se propaga na forma de ondas no ar. Mas, enquanto as ondas de som se espalham pelo ambiente, nós podemos observar seus efeitos. Então, mãos à obra para descobrir se o som é mesmo capaz de mover os objetos!

Para comprovar a façanha do som, você vai precisar de:
- pote de vidro sem tampa;
- elástico
- saco plástico (quanto mais fino, melhor);
- açúcar;
- colher;
- assadeira de metal.

Modo de fazer
Pegue o pedaço de saco plástico e coloque-o tampando o pote, prendendo-o firmemente com o elástico, deixando-o bem esticadinho. Quanto mais fino for o plástico, melhor será o efeito, pois um plástico fino é mais sensível aos movimentos das ondas sonoras. Com uma colher, espalhe um pouco de açúcar em cima do plástico. Depois, pegue a assadeira de metal e segure-a perto do pote. Com a colher, bata na parte de trás, tentando fazer um barulho bem alto! O que acontece? O açúcar pulou sem você ter encostado nele!

Como isso pôde acontecer?
Do mesmo modo que as ondas sonoras movem as paredes da caixa de som, o açúcar saiu do lugar porque o plástico começou a vibrar, por conta da propagação das ondas sonoras. Quando o som se propaga, ele transmite uma vibração que passa de molécula a molécula pelo ar, empurrando-as como o impulso que derruba as peças de dominó colocadas em fila. Quanto mais forte for o barulho, maior é essa vibração! Então, é por conta disso que o plástico usado para tampar o pote de vidro começou a se mover e, conseqüentemente, também os grãos de açúcar: por causa da ação das ondas sonoras!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

FÍSICA E QUÍMICA


Economizar no que for possível
Como você pode entrar no grande esforço coletivo para racionalizar o uso de energia?


Vou propor um desafio: você tem dez segundos para correr todos os cômodos de sua casa e tentar identificar alguma forma de desperdício de energia! Quer uma ajuda? Observe, por exemplo, se tem alguma lâmpada acesa desnecessariamente, se o chuveiro está ligado na temperatura alta, esperando por alguém que nem chegou ao banheiro ou se o rádio está cantando para os mosquitos. Caso perceba alguma falha desse tipo, seja rápido e contorne a situação. Surgindo alguma reclamação, diga que você está agindo pelo bem da natureza.

Veja que não é difícil identificar os casos de desperdício. Em épocas de ameaça de "Apagão", todo cuidado é pouco. Até que o país concretize investimentos em fornecimento de energia (e mesmo depois disso), economizar é a palavra-chave. Afinal, melhor isso que ficar sem luz.

Já pensou em um mundo sem energia elétrica? Pense também no que seria de nós sem a gasolina e o óleo diesel, por exemplo. Os meios de transporte não teriam se desenvolvido tanto. Logo, estaríamos todos limitados a percorrer distâncias mais curtas do que podemos percorrer em um ônibus ou avião. Isso seria ruim para tudo, pois nosso mundo ficaria menor, teríamos menos oportunidades para ganhar novos conhecimentos etc.


Acho que já deu para se convencer de que nós realmente dependemos dessas formas de energia. Mas o "X" do problema está nas usinas térmicas, refinarias de petróleo, centrais hidrelétricas etc. Essas indústrias transformam as fontes de energia da natureza em formas de energia adequadas para o nosso uso final. Colaboram, assim, para o nosso desenvolvimento e conforto mas, ao mesmo tempo, podem agredir o meio ambiente, seja com a poluição do ar, a inundação de grandes áreas ou com o risco de desastres ecológicos.

A saída não está em voltar a viver como no tempo das cavernas. A idéia é usar a energia de maneira inteligente. O que, em outras palavras, quer dizer economizar para que não tenhamos de construir tantas unidades industriais de transformação de energia. Além disso, precisamos buscar alternativas que provoquem menos danos ao meio ambiente.

Mas por que falamos em fontes "alternativas" de energia? Porque, hoje, representam muito pouco de nosso consumo, se comparadas ao que rendem a eletricidade e o petróleo. Isso não quer dizer que os pesquisadores desistiram. Não, novos métodos seguem sendo estudados, para obter energia abundante e limpa.

Um exemplo vem do Brasil: o álcool. O Brasil não produz todo o petróleo de que precisa. Por isso, compra de outros países a quantidade que falta. Para evitar que o país gaste muito dinheiro com essa compra e para reduzir a necessidade de combustíveis como a gasolina e o óleo diesel, os pesquisadores descobriram que a cana-de-açúcar pode fornecer o álcool, um combustível alternativo para os automóveis. O melhor dessa história é que a cana, produto típico do Brasil, é uma fonte renovável de energia, pois pode ser plantada na quantidade de que precisamos. Outro ponto é que a produção do álcool, assim como a sua queima para fazer os carros andarem, polui menos o ar do que a transformação do petróleo e a queima dos combustíveis que derivam dele.

Mas até que o volume de energia de que precisamos possa ser suprido por essas fontes alternativas, o jeito será continuar dependendo das fontes tradicionais: petróleo, hidreletricidade e energia nuclear. E o melhor a fazer é encontrar meios de usar mais eficientemente essas fontes. Veja o que dá para fazer em casa:

Bom, depois disso tudo, acho que você pode aproveitar a hora do jantar e fazer um discurso para conscientizar sua família da necessidade de poupar energia e também da importância das fontes alternativas. Capricha, hein!


Emilio Lèbre La Rovere
Programa de Planejamento Energético,
Coppe / UFRJ

PCHAE - PROGRAMA CIÊNCIA HOJE DE APOIO À EDUCAÇÃO

Desenvolvido para melhorar a qualidade do ensino nas escolas públicas brasileiras, o Programa Ciência Hoje de Apoio à Educação (PCHAE) muda a postura de alunos e professores, a partir da alfabetização científica. Para tanto, Ciência Hoje das Crianças é utilizada como principal instrumento de apoio às atividades de aprendizagem, em conjunto com a formação docente .

Em 2002 o PCHAE foi aplicado de forma pioneira nos municípios paulistas de Embu e Itapecerica da Serra, e desde então vem ampliando as regiões atendidas, destacando hoje dentre seus parceiros os municípios de Bebedouro, Botucatu, Guarulhos, Porto Ferreira, Rio Claro, São Carlos e, ainda, a Fundação Bradesco. Em 2005 o Programa foi certificado pela Fundação Banco do Brasil, Petrobras e UNESCO como "uma tecnologia social efetiva: soluciona o problema a que se propôs resolver, tem resultados comprovados e é reaplicável".

No total, já foram atendidos mais de 2.000 professores e 70 mil alunos.

A utilização da Ciência Hoje das Crianças - única revista de divulgação científica para crianças, escrita por pesquisadores - como um material de aprendizagem , facilitador da compreensão do mundo e da relação com ele, mediante o acesso aos diferentes saberes, fornece o suporte necessário a toda a comunidade escolar (alunos, professores, diretores, funcionários e pais), e até ao entorno da escola (vizinhos, representantes de bairro, vereadores, empresas, instituições públicas, etc).

Aliado à utilização da revista Ciência Hoje das Crianças como referência, o Curso de Formação Docente atua como meio facilitador do planejamento das atividades escolares e do desenvolvimento dos conteúdos programáticos, de forma que os professores estejam amplamente amparados a promover o enriquecimento educacional e atender especificamente aos interesses dos alunos no ensino de Ciências.

O PCHAE é desenvolvido diretamente em parceria com as secretarias de educação ou empresas, para as quais o ICH elabora uma proposta de desenvolvimento do programa adequada à realidade de suas redes de ensino. As empresas, instituições ou administrações municipais e/ou estaduais interessadas em obter mais informações, poderão entrar em contato com a Superintendência de Projetos Educacionais do Instituto Ciência Hoje.

Rua Berta, 60 - Vila Mariana
CEP: 04120-040 - São Paulo/SP
Fone/Fax: (11) 3539-2000
e-mail: cienciasp@cienciahoje.org.br