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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Macau tem potencial eólico elevado

Uma extensa pesquisa foi necessária para que a Petrobras determinasse os pontos de instalação das suas primeiras turbinas eólicas no Brasil. A partir de informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sobre como se comportam os ventos nos diferentes estados, selecionou o Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro para, em 2002, instalar torres de medição de velocidade dos ventos. A praia de Soledade, em Macau, com uma disponibilidade de 98,5% de ventos, foi a escolhida para a instalação das primeiras 3 unidades em 2005. A energia eólica é uma das fontes de menor impacto ambiental, uma vez que não utiliza água na produção, nem gera gases poluentes. O parque eólico de Macau tem uma potência instalada de 1,8 megawatt (três aerogeradores de 600 quilowatts cada). Hoje, existem mais de 30 mil megawatts de capacidade instalada no mundo. A maioria dos projetos está localizada na Alemanha, Dinamarca, Espanha e Estados Unidos. O Brasil tem um potencial eólico de cerca de 140 gigawatts, segundo o Atlas Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas Elétricas da Eletrobrás (CEPEL), concentrado principalmente nas regiões litorâneas, sobretudo na região nordeste. Este potencial equivale a aproximadamente o consumo mensal de todo comércio do Norte do País, de acordo com o Ministério das Minas e Energia.

Os ventos não param de soprar no Nordeste e não há dúvidas de que a energia eólica é um bom negócio para a saúde do planeta, o problema ainda está em como financiá-la e fazer com que fique mais barata. Cada megawatt gerado requer recursos na ordem de 1,8 milhão de dólares, investimento que, na situação atual, necessita de 40 anos para dar retorno. A implantação das unidades eólicas do RN foi possível graças à inscrição de projetos no PROINFA, Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, do Ministério das Minas e Energia. O PROINFA é um instrumento para a diversificação da matriz energética nacional e estabelece a contratação de 3.300 megawatts de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), produzidos por fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas, sendo 1.100 megawatts de cada fonte. O programa conta com o suporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que criou uma linha de crédito que prevê financiamento de até 70% do investimento. A Eletrobrás assegura ao empreendedor uma receita mínima de 70% da energia contratada durante o período de financiamento e proteção integral dos riscos de exposição do mercado de curto prazo com contratos de 20 anos de duração.

Como se vê, apenas com subsídios e proteção do governo federal é possível viabilizar economicamente a produção, ainda em pequena escala, da energia eólica produzida no RN. A boa notícia é que, ao ser consumida pela plataforma de Aratum, a Petrobras trocou dois geradores elétricos e uma bomba mecânica de petróleo a diesel por três geradores eólicos de energia elétrica e deixou de emitir 1.233 toneladas de CO2. Assim, conseguiu, no ano passado, o registro de seu primeiro projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, conforme as regras do Protocolo de Quioto, o que significa dinheiro em caixa com a venda dos chamados "certificados de carbono".

Fonte: Diário de Natal

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